Para atender mulher moderna doulas se desdobram, mas persistem em fortalecer vínculos entre mãe e bebê
Com função de dar força e encorajamento as gestantes, as doulas passaram de personagem de parto a moda antiga, a necessidade da mulher moderna
Dar força, apoio e encorajamento a gestante no momento do parto e pós-parto é a função principal das chamadas doulas. Embora o nome remeta aos tempos em que os partos eram na maioria feitos em casa, estas profissionais tem um papel contemporâneo em uma sociedade em que as relações estão ficando cada vez mais individualistas. Mesmos os nove meses em que as gestantes costumam carregar o bebê junto a si, às vezes, não são suficientes para estabelecer todo o afeto em potencial entre mãe e filho.
O momento do parto é decisivo não só no estabelecimento afetivo entre mãe e filho, mas também em relação a saúde de ambos. Dados do Ministério da Saúde indicam que parto cesária representa para mulher um risco de mortalidade seis vezes maior em relação ao parto normal, pois os riscos de infecção ou hemorragia aumentam. Para o bebê, o nascimento por cesárea quadruplica os riscos de ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Quando a criança nasce normalmente, as chances de ela ser internada são de 3%, contra 12% do nascimento cirúrgico. É exatamente no parto natural que entra o papel da doula.
De origem grega, a palavra doula significa "mulher que serve". É uma mulher que orienta e assiste a gestante em todos os momentos que envolvem a gravidez compartilhando informações, oferecendo conforto, segurança, suporte emocional e físico. "A doula é um a figura antiga, que antes podia ser representada por alguém da família; uma irmã ou comadre. Um mulher mais experiente, que sabe algumas coisas sobre parto e ajuda a mulher a passar por isto", explica a doula, Fernanda Leite, da 'Papo de Gaia - Assessoria a Gestante & Família'
De acordo com Fernanda, antigamente, a responsabilidade sob o parto era maior então estas mulheres estudavam mais sobre o assunto. "Algumas coisas eram crendices e outras conhecimentos antigos tradicionais que pela parceria contemporânea estão sendo resgatados", explica. Com a modernidade, a mulher passou do campo para a cidade, voltou suas preocupações mais para o trabalho e sucesso pessoal e acabam enfrentam dificuldades quando se deparam com a maternidade.
Por conta destes problemas, Fernanda destaca a importância das doulas neste momento da vida da mulher, não só no pré-parto e parto, mas também no pós-parto. " É um ramo ainda pouco trabalhado. Vemos que há um necessidade, por que os núcleos familiares estão cada vez mais reduzidos e as mães passam esse período muito sozinhas", afirma.
(Foto: divulgação)
No geral, o número de doulas já é bem reduzido em todo Brasil. De acordo com Fernanda, são 2 mil em todo território nacional. Em Mato Grosso do Sul, ela acredita que o número de profissionais seja um pouco mais de 20. A maioria é fruto do mesmo curso que formou Fernanda em 2012, oferecido pelo ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e Nascimento) em parceria com o Ministério da Saúde, que recomenda o suporte da doula e considera sua participação como mais um instrumento humanizador do parto. A doula não faz nenhum tipo de procedimento médico, por isso, a mulher que se dispõe a exercer essa função não precisa ter uma formação específica na área da saúde, e sim o curso de doula.
O interesse de Fernanda pela a profissão, que é reconhecida pelo Ministério do Trabalho desde 2013, surgiu após ela ter o acompanhamento de uma doula durante a sua gestação. "Tive um menina que nasceu em casa. Do jeito que eu queria. E fez toda diferença na minha vida ter tido uma pessoa que me apoiasse. Depois disto o mínimo que poderia fazer era retribuir", afirma.
Sobre se a sensação no momento do parto de uma cliente, é a mesma que da nascimento do próprio filho, Fernanda explica: Existe um hormônio chamado Ocitocina, conhecido como hormônio do amor, que o corpo produz em quantidades estratoféricas durante o parto e ele é contagiante. "Brincamos que a gente fica 'ocitozinada' após o parto, pois é muito alegria e satisfação", afirma.
Como forma disseminar mais a ainda os partos ditos ''amorosos" e que respeitam este momento único da mulher, o 'Papo de Gaia', realiza, a partir desta quinta-feira (19), o “Curso de Doula”. O primeiro módulo segue até o dia 22 e o segundo módulo será em de 15 a 17 de agosto. Fernanda Leite e Angela Rios são as doulas responsáveis pelo curso. Além disto, a Papo realiza um grupo de apoio para mulheres, gestantes ou não, chamado Guampa (Grupo de Apoio a Maternidade e Parto Ativo), que se reúnem nos segundos e quartos sábados do mês para disseminar informações sobre o parto humanizado. As reuniões são abertas e gratuitas. Informações: (67) 9247-1814
Fonte:http://www.topmidianews.com.br/
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