Meu relato de parto - Alice ♥:
Devo começar dizendo que a experiência do parto foi transformadora,
tive uma gravidez super tranquila e saudável, desde quando descobrimos a nossa Alice até o final curti cada precioso segundo, cada fase e cada sensação.
Só tenho a agradecer a ela que me presenteou com sua chegada, e esteve o tempo todo comigo e me permitiu ser sua mãe.
Eu e meu marido sempre desejamos um parto mais natural possível e nunca quis cesárea a não ser pelo motivo óbvio de vida ou morte. Mas o destino fez muito mais por nós, me permitiu conhecer pessoas que me apresentaram o parto humanizado no qual me identifiquei e pensei " É Isso que eu quero!" e entrei totalmente de cabeça e passei a pesquisar fazendo parte de grupos e fóruns a respeito, me orientar e preparar muito para estar emponderada o suficiente para ter o MEU parto e não ser mais uma estatística frustrada do sistema obstétrico que temos hoje, onde mulheres passam por traumas e processos totalmente desnecessários.
Para realizar este sonho contei com a ajuda de doulas e escolhi um hospital com protocolos mais humanizados, pelo SUS ficamos limitadas, mas confiei que daria certo, que tendo a certeza que estava tudo ok, era só chegar parindo rs
Tive alguns encontros com doulas, montei meu plano de parto estava certa do que queria, um parto natural hospitalar ( já que não teria condições de ter um domiciliar neste momento).Fiz meu pré natal tranquilamente.
Com 36 semanas em uma visita ao p.s para tirar uma duvida a respeito do líquido Amniótico apresentado no ultrasson, o médico plantonista da Maternidade de Campinas queria me internar na mesma semana alegando restrição de crescimento. Era nítido que com meu ótimo histórico de saúde durante toda a gravidez e com a margem de erro de peso que deve ser considerada, ele estava se precipitando dizendo que tinha que "ajudar meu bebê a nascer pois não era interessante para ela não desenvolver na barriga" Saí de lá com a carta de internação pra dois dias depois, mas claro que não colocaria mais meus pés lá.
Mesmo certa da minha decisão, isso gera um sentimento ruim na mãe que em uma fase tão avançada gerando preocupações, acaba afetando emocionalmente. Procurei outros dois médicos e enfim ouvimos que estava tudo bem e que não procedia mas penso que se não tivesse tão preparada seria mais um relato triste.
Em um desses atendimentos foi verificado que estava começando a dilatar, 1 cm e a noite comecei a perder meu tampão como um sinal de que meu corpo estava trabalhando e se preparando para o grande dia.
Quando atingimos as 40 semanas passamos para a fase de acompanhamento contínuo e assim seria até as 41 semanas, e somente a partir dai se não houvesse nenhum sinal de trabalho de parto, permitiríamos algum tipo de indução começando claro pelas não farmacológicas, porque todo bebê bem de saúde tem até 42 semanas pra nascer e ele sabe quando é a hora e quando está preparado não é preciso intervir antes se está tudo bem!
Naquelas ultimas semanas sempre rola ansiedade, mas minha ansiedade não era em nascer logo pois eu curtia muito ter minha bebezinha comigo na barriga, e sim por medo de ser necessário fazer a indução.Eu sentia cólicas leves, incômodo no quadril e sabia que cada vez mais estava próximo e que precisava relaxar e deixar fluir...rebolava no chuveiro, fazia caminhadas me mantinha sempre ativa para ajudar o corpo no processo.
No dia 09 de março de 2015, quando acordei de manhã as cólicas estavam diferentes. Estava de 40 semanas e 5 dias (pela conta da DUM) e super empolgada pois sabia que estava mais perto de acontecer. Por volta das 11:00 deitei na cama e senti que estavam incomodando mais, porém ainda fraquinhas. Senti que ficaram um pouco mais constantes e exatamente as 11:45 passei a cronometrar através de um aplicativo. a partir desse momento eu sabia que não tinha mais volta, pensava que poderia demorar mais de um dia pois afinal o que são cólicas fortes perto da dor que tanto se fala?
Então fiquei na cama cronometrando e o marido do lado o tempo todo, no começo tentava acompanhar o ritmo delas mas depois desisti de cronometrar apenas deixei fluir, sentindo como a cada minuto meu corpo reagia. E assim foram ficando de pouquinho em pouquinho mais intensas. Por volta das 16:00 avisei a Doula e ela veio para acompanhar pessoalmente como eu estava. Quando ela chegou já estavam menos espaçadas, entre uma e outra até conseguia rir com o marido fazendo piada para me distrair rs. Ela fez uma compressa morna de chá de camomila e coloquei no ventre, me ajudava a mudar de posição pra ver qual me sentia mais confortável, fazia massagens com óleo ( lembro -me bem do cheirinho maravilhoso de lavanda) técnicas para relaxar, me ensinou a me manter relaxada com a respiração e assim fiz durante todo o processo. As 17:00 Percebemos que já era hora de irmos ao hospital, no caso o CAISM DA UNICAMP era minha escolha.
Comecei a sangrar nesse momento, antes comi uma fruta e um danone, pegamos as coisas e partimos nessa "viagem".
No carro não tinha muito como me movimentar mais o colo e a mão da doula me aconchegavam. Lembro do transito parar as vezes e as pessoas no onibûs olhando e eu só pensava " podem olhar, estou quase parindo".
O marido totalmente preparado e calmo gravando e falando coisas engraçadas rs, o balanço do carro incomodava muito.cheguei à fase da "Partolândia' onde a mente já não responde da mesma maneira rs mas sempre mantendo a respiração e deixando elas virem e irem passando cada vez mais fortes, fora do meu controle, ela simplesmente vem e vai e eu sabia que tinha que passar por cada uma delas porque o final seria mágico!
Por um momento falei com Jesus em pensamento: Lembra que te pedi que ficasse ao meu lado e me ajudasse a passar por tudo? me ajude, segure minha mão, seja presente!
E como se em resposta a minha prece, em questão de minutos surge em nossa frente um caminhão com uma pintura incrível fechando a traseira todinha, a face de Jesus e abaixo escrito: " Obrigada , Jesus"
como se ele dissesse filha nao te desamparei, estou aqui!
Aquilo incrivelmente me emocionou e emociona cada vez que me lembro, dei até um sorrisinho e fiz uma piada : "Ceis tão vendo, to na partolandia já to vendo até Jesus" rs. E respondi de volta para ele " Obrigada Jesus" pois sabia que ele estava presente.
Assim continuamos cada vez que aquela sensação passava me modificava, me deixava mais forte e mais fraca ao mesmo tempo. Dá medo, da receio mesmo tendo me preparado ali era eu dentro da minha mente dizendo a mim mesma: Você é capaz, falta pouco, você está mais perto de conhecer sua filha!
Há cinco minutos do hospital comecei a sentir pressão no períneo e achei que não daria tempo de chegar ao hospital, me assustei com aquela nova sensação e a doula com voz calma sempre me confortando.
CHEGAMOS!!! o coração a mil, sabia que ali era o lugar que eu queria, que era só mais um pouco, era eu entrar ali que teria minha bebê. esperando para entrar na cadeira de rodas, agarrada na cintura do marido e na mão da doula (coitada devo ter apertado muito rs). Entramos ,a doula me amparou em pé, estava sangrando mais. Feito verificação estava com dilatação TOTAL! lembro da doula feliz nesse momento dizendo que a Alice estava chegando. Ela saiu e meu marido entrou e subimos para a sala de parto.no caminho na maca me senti como nos filmes vendo as luzes no teto passarem rápido sobre mim.
Entramos na sala e eu já mal respondia as enfermeiras, mas lembro da doutora chefe da equipe Helaine Milanez entrar com um olho claro lindo e eu pensar "nossa que médica bonita" e de alguma forma aquele olhão bonito me transmitiu calma e segurança. foi ela quem dirigiu maravilhosamente meu parto com uma presença de espírito muito boa, e olha que aquele dia estava lotado de mulher parindo rs
Fiquei com a maca na posição sentada e colocaram um arco na frente onde eu apoiava os pés na lateral e com ele podia me apoiar e fazer o movimento de"puxar" para ajudar no expulsivo. Demorou um pouco mais que eu esperava, tentava tentava e nada, comecei a pensar que se não conseguisse seria pior pois já tinha chego até ali do jeito que sonhei, sem nenhuma intervenção, sem indução, sem anestesia, sem NADA..só eu, meu corpo e meu bebê deixando o processo natural acontecer. A bolsa rompeu nesse momento nas mãos da doutora.
Achei engraçado a equipe toda dizendo" força, você consegue, vamos!! " mas de maneira motivadora não opressiva, parecia até torcida de futebol rs.
O marido o tempo todo segurando minha mão e dando apoio, estava ansioso.
Então senti o círculo de fogo e a cabeçinha da pequena saiu, mais um pouquinho e e... NASCEU! ufaa...às 19:54 com 3.020kg e 47,5 cm linda, olhos bem abertos,já sugando as mãozinhas, a colocaram imediatamente em meu colo onde ela permaneceu por um bom tempo,o pai com olhos cheios de lágrimas e eu emocionada sem saber o que dizia a ela, com a sensação de dever cumprido!
Ela ficou comigo o tempo todo, mamou muito bem, só saiu para alguns procedimentos onde o pai acompanhou, depois voltou e nunca mais nos desgrudamos. O marido ficou comigo desde a entrada, acompanhou o parto, dormiu no hospital o tempo que estive lá,fazendo valer a lei do acompanhante.
Eu dei seu primeiro banho só quase 24hrs depois ( esperaria até mais) estava relutante em tirar seu maravilhoso cheirinho de vérnix, não conseguia parar de cheirá-la, como bicho que reconhece a cria pelo cheiro.
Foi tudo lindo, tudo maravilhoso, nunca senti tanto orgulho de mim mesma e hoje sei que jamais poderia passar por esta vida sem experimentar a graça de Deus que é PARIR!
Agradeço grandemente a Deus , e ao marido Andre Borel que esteve ao meu lado me apoiando o tempo todo durante todos os nove meses mesmo sem entender tudo o que eu dizia sobre humanização rs.
Preciso agradecer a 3 doulas:
a doula Ketib Kelian que me apresentou esse mundo mágico da humanização e não podendo se fazer mais presente me apresentou a minha doula Gaby Lemes da qual sem ela não seria possível realizar de maneira tão especial, com seu colo de mãe me amparando e me fazendo sentir acolhida e segura, foi com certeza um presente de Deus.
A Fabi Mamone que mesmo sem me conhecer pessoalmente cedeu parte do seu tempo a me orientar e tirar duvidas, saibam que vocês são pessoas maravilhosas com uma função unica que é fazer a vida das pessoas mais felizes.
E a doutora Helaine Milanez (que pelo face descobri sem querer que faz aniversário no mesmo dia que eu, tá explicado a conexão rs) e sua equipe maravilhosa que me trataram muito bem respeitando meu parto e me ajudando a trazer a pequena ao mundo.O país precisa de mais médicos como a senhora
Uma vez li em um relato que parir vicia, com certeza se a experiencia for tão boa quanto a que tive é viciante sim, agente mal deixa o hospital e ja sente saudade e orgulho do que passou, não consegue deixar de pensar e querer reviver aqueles momentos.
— em CAISM - Centro de Atencao a Saude da Mulher.Fonte: Laís Borel
------
Patrícia pariu em uma maternidade com 90% de cesáreas. Haja briga com o sistema, né gente? A equipe dela a respeitou.
"Dói, é claro que dói! Mas durante todo o tp consegui me lembrar que aquelas contrações eram meu corpo trabalhando para trazer meu filho ao mundo. E repetia uma frase que ouvi no grupo de gestantes: "Eu tenho a força de todas as mulheres do mundo!" É a maior dor de todas, mas não é sofrimento, é dor de vida, dor que traz a vida, dor que dá a luz!
Tive uma pequena laceração grau 2, tomei pontos e ficou tudo bem.
Meu filho nasceu de forma respeitosa, no seu tempo, às 39 semanas e 6 dias, um dia antes da data prevista. Saiu de mim e voltou para meus braços. Não sofreu nenhuma intervenção. Nosso plano de parto foi 100% respeitado pela equipe maravilhosa que nos assistiu. Não passou pela " alfândega" da maternidade luxo, só foi ao berçário fazer sua admissão, acompanhado pelo pai e pelo pediatra, e foi para nosso quarto.
Agradeço a Deus por viver essa experiência. À minha querida doula Aline pelo trabalho incrível. À equipe médica por respeitar minhas escolhas. Ao meu filho por ter trabalhado lindamente comigo. E ao meu incrível marido por todo suporte, carinho, parceria, amor e compreensão.
Eu pari! E me sinto realizada por ter vivido essa experiência e proporcionado o melhor ao meu filho."
Via Divas Parideiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário